segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A PRECE


OBTERÁS

Obterás o que pedes.
Não olvides, contudo, que a vida nos responde aos requerimentos, conforme a nossa conduta na petição. Sedento, se buscas a água do poço, vasculhando-lhe o fundo, recolherás tão-somente nauseante caldo do lodo. Faminto, se atiras lama ao vaso que te alimenta, engolirás substância corrupta. Cansado, se procuras o leito, comunicando-lhe fogo à estrutura, deitar-te-ás numa enxerga de cinzas. Doente, se injurias a medicação que se te aconselha, alterando-lhe as doses, prejudicarás o próprio organismo. Isso acontece porque a fonte, encravada no solo, é constrangida a guardar os detritos com que lhe poluem o seio; o prato é forçado a reter os resíduos que se lhe imponham à face; o colchão é impelido a desintegrar-se ao calor do incêndio, e o remédio, aplicado com desrespeito, pode exercer ação contrária a seus fins. Ocorre o mesmo, em plena analogia de circunstâncias, na esfera ilimitada do espírito. Desesperado ou infeliz, desanimado ou descrente, não te valhas do irmão de que te socorres, tentando convertê-lo em cobaia para teus caprichos, porque toda alma é um espelho para outra alma, e teremos nos outros o reflexo de nós mesmos. Sombra projetada significa sombra de volta. Negação cultivada pressagia a colheita de negação. Se aspiras a desembaraçar-te das trevas, não desajustes a tomada humilde, capaz de trazer-te a força da usina. Oferece-lhe meios simples para o trabalho certo e a luz se fará correta na lâmpada. Clareia para que te clareiem.
Auxilia para que te auxiliem.
Estuda, servindo, para que o cérebro hipertrofiado não te resseque o coração distraído. Indaga, edificando, para que a inércia te não confunda. Fortaleçamos o bem para que o bem nos encoraje. Compreendamos a luta do próximo, a fim de que o próximo nos entenda igualmente a luta. Lembra-te, pois, da eficácia da prece e ora, fazendo o melhor, para que o melhor se te faça, sem te esqueceres jamais de que toda rogativa alcança resposta segundo o nosso justo merecimento.

Emmanuel

Do Livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB

PRECE DE CÁRITAS

<> Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àqueles que passam pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus ! Dai ao viajor a estrela guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai ! Dai ao culpado o arrependimento,
ao Espírito a Verdade,
à criança o guia,
ao órfão o pai.
Senhor !
Que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade, Senhor,
para aqueles que vos não conhecem,
esperança para aqueles que sofrem.
Que a vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte a Paz, a Esperança e a Fé. Deus !
Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão,
todas as dores se acalmarão.
Um só coração,
um só pensamento subirá até vós,
como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha,
nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade,
oh! Beleza,
oh! Perfeição,
e queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia. Deus !
dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem. (Prece de Cáritas)
Que assim seja !

VERBO NOSSO



"Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo..." - Jesus - Mateus, 5: 22. "O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito." - Cap. IX, 10.

Finda as palavras. Velho tema, dirás.

E sempre novo, repetiremos.

É que existem palavras e palavras. Conhecemos aquelas que a filologia reúne, as que a gramática disciplina, as que a praxe entretece e as que a imprensa enfileira...

Referir-nos-emos, contudo, ao verbo arrojado de nós, temperado na boca com os ingredientes da emoção, junto ao paladar daqueles que nos rodeiam.

Verbo que nos transporta o calor do sangue e a vibração dos nervos, o açúcar do entendimento e o sal do raciocínio.

Indispensável articulá-lo, em moldes de firmeza e compreensão, a fim de que não resvale fora do objetivo.

No trabalho cotidiano, seja ele natural quanto o pão simples no serviço da mesa; no intercâmbio afetivo, usemo-lo à feição de água pura; nos instantes graves, façamo-lo igual ao bisturi do cirurgião que se limita, prudente, à incisão na zona enfermiça, sem golpes desnecessários; nos dias tristes, tomemo-lo por remédio eficiente, sem fugir à dosagem.

Palavras são agentes na construção de todos os edifícios da vida.

Lancemo-las, na direção dos outros, com o equilíbrio e a tolerância com que desejamos venham elas até nós. Sobretudo, evitemos a desconsideração e a ironia.

Todo sarcasmo é tiro a esmo.

E sempre que a irritação nos visite, guardemo-nos em silêncio, de vez que a cólera é tempestade magnética, no mundo da alma, e qualquer palavra que arremessamos, no momento da cólera, é semelhante ao raio fulminatório que ninguém sabe onde vai cair.

Emmanuel
Do Livro: Livro da Esperança
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: CEC

domingo, 29 de agosto de 2010

A PRIMEIRA PEDRA

Reflitamos sobre este costume humano de apontar faltas, defeitos, problemas, no outro.


Julgamos sempre.

Na maioria das vezes, ainda, com uma severidade desproporcional - dessa que não desejaríamos para conosco de forma alguma.

Somos demasiadamente cruéis em nossos julgares, pois raramente analisamos a situação com cuidado. Raramente consideramos atenuantes e quase nunca somos imparciais.

Recordamos os acusadores da mulher adúltera, na conhecida passagem evangélica.

O julgamento foi sumário. A lei humana, na pobreza de achar que a punição pela morte seria a solução, condenou aquela mulher ao apedrejamento em praça pública.

Assim, achamo-nos no direito de apedrejar.

Enchemo-nos de razão e raiva, carregamos as mãos das melhores pedras, e apontamos para o criminoso.

Mas, quem de nós não está criminoso? - Poderíamos inquirir, inspirados pela pergunta feita por Jesus naquela feita.

Dizemos não está ao invés de não é, pelo simples fato de que ninguém está fadado ao mal, ninguém foi feito criminoso. É um estado temporário no erro.

Quem de nós não está criminoso?

Esta proposta - que é de Jesus - não isenta a pessoa de assumir a responsabilidade sobre seus atos.

Ela apenas ajuda a controlar nossa crueldade, num primeiro momento, e depois, auxilia no reconhecimento de nossas próprias falhas.

A lição do Atire a primeira pedra aquele que não se encontra em pecado é um exercício de tolerância e de autoconhecimento também.

Evita-se a condenação cruel, intolerante, e, logo após, se promove uma reflexão íntima, buscando cada um as suas próprias dificuldades a vencer.

Todos estamos inseridos neste processo de erros e acertos. Todos fazemos parte dos mecanismos da Lei de Progresso que nos impulsiona para frente.

Perdoar, compreender os erros alheios, não é promover a impunidade - de maneira nenhuma. A Lei Divina sempre irá cobrar Seus devedores.

Tolerar significa estender as mãos de amor a quem precisa de amparo, de orientação.

* * *

Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho de nossa mente reflete-os, de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem.

Põe-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos sutis de nossa alma.

Com o decurso do tempo nossa alma não raro passa a exprimir, pelo seu veículo de manifestação, o que assimilara, fazendo-o, seja pelo corpo carnal, entre os homens, seja pelo corpo espiritual de que nos servimos, depois da morte.

É por essa razão que geralmente os censores do procedimento alheio acabam praticando as mesmas ações que condenam no próximo.

Interessados em descer às minúcias do mal, absorvem-lhe inconscientemente as emanações, surpreendendo-se, um dia, dominados pelas forças que o representam.

Estejamos, assim procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque, nessa atitude, refletiremos os cultivadores da luz...



Redação do Momento Espírita com base no cap. 8 do

livro Pensamento e vida, pelo Espírito Emmanuel,

psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 24.08.2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

MÁGOA DESNECESSÁRIA


As relações humanas serão sempre pautadas pela dificuldade que trazemos na alma. E não poderia ser diferente.

Como somos seres em evolução, muito ainda há que se construir nas conquistas emocionais para que o equilíbrio, a justiça e a retidão sejam as ferramentas no relacionamento humano.

Não é raro indivíduos que, desgastados pelos embates humanos, cansados das dificuldades de relacionamento, alegam preferir viver isolados do mundo, sem a necessidade de suportar a uns e aguentar a outros.

O raciocínio se torna quase que natural, frente a tantos esforços que temos que empreender, tanta paciência a exercitar, no trato com o semelhante.

E não são poucos aqueles que se isolam do mundo. Seja buscando uma vida de eremita, fechando-se em seu lar ou isolando-se em essa ou aquela instituição. Esses buscam a paz que não encontravam nas relações sociais e familiares.

Muito embora assim o façam imbuídos, por vezes, das mais nobres intenções, esquecem-se de que, ao isolar-se, ao fugir da sociedade, perdem a grande chance do aprendizado da convivência.

Somente nos atritos que vivemos é que vamos encontrar a chance do amadurecimento das experiências, de crescer, de superar aos poucos os próprios limites de interação social.

Somos todos indivíduos criados para viver em conjunto e a vida solitária somente nos causaria graves sequelas à vida emocional e psicológica.

É na experiência de viver com os outros que a alma tem a possibilidade de conhecer diversas formas de aflições e exemplos inesquecíveis.

É natural que nossas relações não sejam sempre pautadas pela harmonia. São nossos valores íntimos que determinam os entrechoques que, não raro, vivenciamos, ou os envolvimentos afetivos de qualidade, que usufruímos.

Como ainda não nos acostumamos a viver em estabilidade íntima por longos períodos de tempo, vez ou outra surgem dificuldades, problemas, indisposições variadas em nossos relacionamentos.

Pensando assim, pode-se concluir o quanto é desnecessário e improdutivo viver-se carregando no íntimo mágoas e malquerenças.

Ninguém há no planeta que não se aborreça quando recebe do outro o que não gostaria de receber. No entanto, não podemos esquecer que ninguém também pode afirmar que, com seu modo de falar, de ser e de agir, não cause aborrecimentos e mágoas a outras pessoas, ainda que involuntariamente.

Desta forma, cabe a cada um de nós procurar resolver mal-entendidos, chateações e mágoas com os recursos disponíveis do diálogo, do entendimento, da desculpa e do perdão. Afinal, se outros nos magoam, de nossa parte também acabamos magoando a um e outro, algumas vezes.

Assim pensando, podemos concluir ser uma grande perda de tempo e um sofrimento dispensável o armazenamento de sentimentos como a mágoa ou a raiva no coração.

Há tanto a se realizar de bom e de útil a cada dia, e o tempo está tão apressado, que perde totalmente o sentido alimentarmos mágoa na alma, qualquer que seja a intensidade.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 41, do
livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito
Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 27.08.2010.

O CONSOLADOR PROMETIDO


Assim como a vinda de Jesus à Terra marcou o ínicio de uma Nova Era, o advento do Espiritismo veio trazer novas luzes e um imenso manancial de consolo para a humanidade.

A maturidade necessária para entender os ensinamentos do Cristo, em espírito e verdade, tinha que esperar pelo despertar da mente para as realidades do Espírito. Não foi por acaso que a codificação da Doutrina dos Espíritos teve seu ponto decisivio na pátria da declaração dos direitos humanos, da liberdade de pensamento, da pesquisa e do método científico por excelência. A França, em sua tarefa de trazer novos rumos à mente humana trouxe em seu plano de expansão, no século das luzes a missão de abrigar a Codificação e como celeiro do conhecimento, que marcou toda uma época, editá-la para o mundo inteiro.
Cumprindo a promessa do Cristo, o Espiritismo chama os homens a observância das Leis Naturais do Progresso, de Ação e Reação e de Intercâmbio entre os dois planos da vida.

Que consolo maior podem haurir o pai ou a mãe que, através das comunicações espíritas, recebem as mensagens autênticas dos filhos que partiram transmitindo-lhes a esperança e a certeza do reencontro ?
As penas eternas que tanto fustigam os corações sensíveis são revisadas por ótica salutar. O sofrimento, por mais duradouro que pareça, terá fim um dia. Deus, a extrema misericórdia, dá a seus filhos, através do resgate justo, nas vidas de expiação e provas, a possibilidade de cobrir com o bem, no presente, os grandes débitos do passado.

A Lei de Ação e Reação nos ensina que o destino pode ser mudado todos os dias com atos que praticamos. Por isso o retro-agir é uma máxima dentro dos postulados Espíritas.

O consolo contido nas Bem-aventuranças do Sermão da Montanha é explicitado através das explicações do porquê do ser, do destino e da dor. Os sofrimentos são analisados em seus objetivos didáticos-pedagógicos: "a cada um segundo as suas obras", "o que semeia ventos colhe tempestades", "o que semeia a bonança colhe a calmaria", tudo tem uma finalidade útil.

As crises salutares dos sofrimentos humanos têm uma função só: aliviar o homem de seus fardos acumulados ao longo das vidas sucessivas de desatinos e desmandos. Trazer alívio, o planejamento de novas rotas a bem da própria criatura e de toda a humanidade. Isto, conseqüentemente gera mais aceitação para com as diferenças sociais e maior desempenho na luta individual, pois a felicidade futura pode ser alcançada de imediato na sementeira do bem, no dia a dia de cada um.

A certeza de que a morte não existe com extinção de vida é outro grande consolo da Doutrina dos Espíritos. Esta certeza colabora para a aceitação dos reveses e das perdas dos entes amados. Por outro lado, a reencarnação como chance preciosa para a recuperação do tempo perdido, traça novo perfil para o entendimento do "renascer da água e do espírito". Não somente um novo corpo, mas novas perspectivas de aprender e crescer com as verdades espirituais, pois uma infância tão longa em planos como os nossos funciona como o tempo necessário a nova sementeira nas almas reencarnantes. O papel da educação em bases moralizantes é o alvo dos ensinamentos espíritas.

A influênciação espiritual que acompanha o ser reencarnado do berço ao túmulo mostra a veracidade da interpenetração entre os dois mundos: o material e o espiritual. Ninguém está só.

A mediunidade, com Jesus e Kardec, dentro dos aspectos propostos pela Doutrina dos Espíritos, cumpre seu papel de ponte entre os dois planos. Através do exercicío sério e disciplinado da mesma as profecias, os ensinamentos, o socorro através da cura, da assistência espiritual benéfica traçam novos horizontes para a humanidade sofredora.

Enfim, se alguém ainda não se convenceu do papel da Doutrina Espírita como o CONSOLADOR PROMETIDO reflita:

A Doutrina Espírita restaura o Cristianismo na Terra.
A Doutrina Espírita, como fé raciocinada por excelência, lança luzes sobre TODOS os pontos e revelações do Evangelho de Jesus Cristo.
"A Doutrina Espírita é Sol nas almas, ensinado o homem a viver".
A Doutrina Espírita prova que a morte não existe como extinção de vida.
A Doutrina Espírita estabelece correio seguro entre os dois lados da vida.
A Doutrina Espírita está a frente da Ciência da Terra na comprovação das realidades do Espírito e do Universo.
Só a Doutrina Espírita é Ciência, Filosofia, Fé e Religião, consolação prometida há dois mil anos por Jesus, diretriz da humana perfeição.

Fonte:
Matéria de Elzita Melo Quinta e extraída do Jornal Luzes do Consolador - Goiânia - Janeiro 1999.