terça-feira, 5 de outubro de 2010

O espírito sabe sempre que vai reencarnar? E pode ser obrigado a fazê-lo?


Tal circunstância depende do estado evolutivo do espírito, do seu grau de consciência e da certeza que adquiriu de que a reencarnação é a oportunidade por excelência de pôr à prova todos os conhecimentos e os novos valores morais aprendidos no mundo espiritual. Assim, ele participará, mais ou menos, em todo o processo, consoante o seu grau de adiantamento.
“Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. As facilidades e obstáculos estão subordinados a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta
ou na libertação dos veículos carnais.Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o nosso concurso.
Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa que a exercida no caso de Segismundo
.”In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, p.118
Deste modo se depreende que quanto menos adiantado for o espírito, menos consciente se encontra de todo o processo:

“Os nossos irmãos ignorantes e infelizes, reclamam quase absoluto estado de inconsciência para penetrarem, de novo, o santuário material.” idem, p.112
“Nem todos os Espíritos se preocupam com a sua reencarnação. Muitos há que em tal coisa não pensam, que nem sequer a compreendem. Depende de estarem mais ou menos adiantados. Para alguns, a incerteza em que se acham do futuro que os aguarda constitui punição.”In”O LIVRO DOS ESPÍRITOS, p.195, questão 331
– "Existem, então – perguntei sob forte interesse -, aqueles que reencarnam inconscientes do ato que realizam? Certamente – respondeu ele, solícito - , assim também como desencarnam diariamente na crosta milhares de pessoas sem a menor noção do ato que experimentam, somente as almas educadas tem compreensão real da verdade que se lhes apresenta em frente da morte do corpo. Do mesmo modo, aqui, a maioria dos que retornam a existência corporal na esfera do globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhante auxílio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. São inúmeros os que regressam a crosta nessas condições, reconduzidos por autoridades superiores de nossa esfera de ação, em vista das necessidades de certas almas encarnadas, de certos lares e determinados agrupamentos."In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier ,p. 113

Quando o espírito compreende a necessidade de reencarnar, pode conhecer o tipo de provas que vai enfrentar; todavia, nunca sabe se irá ser capaz de as ultrapassar com êxito, durante a vida terrena. Muitos, apesar da boa vontade que os anima sentem o medo do desconhecido.
Após ter obtido o perdão e o consentimento dos futuros pais para a reencarnação Segismundo, mostra-se hesitante e receoso momentos antes de reencarnar:
- "Já estive mais animado – disse-me ele, triste -, entretanto agora falecem-me as energias... sinto-me fraco, incapacitado... agora tenho receio de novos fracassos...". In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier ,p.112
Na questão 339 de O Livro dos Espíritos, Kardec interroga a espiritualidade:
"- O momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação semelhante aquela que tem lugar na desencarnação?
R: – Muito maior e sobretudo mais longa. Na morte, o espírito sai da escravidão, no nascimento, entra nela.”
pág. 197

Um espírito pode levar séculos sem reencarnar, mas, cedo ou tarde, terá de voltar a fazê-lo, sob pena de estagnar na sua evolução:
“Se o Espírito se considerasse bastante feliz, numa condição mediana entre os Espíritos errantes
e, conseguintemente, não ambicionasse elevar-se, poderia prolongar esse estado?
R - Não indefinidamente. Cedo ou tarde, o Espírito sente a necessidade de progredir. Todos têm que se elevar; esse o destino de todos."
In”O LIVRO DOS ESPÍRITOS, p.196, questão 333

CRIANÇAS INDIGO

UM CASO SOBRE CRIANÇAS ÍNDIGO

Divaldo Franco: “Como o tema é um pouco árido, eu me permito contar-lhes uma experiência pessoal. Na Mansão do Caminho, nossa instituição infanto-juvenil, tínhamos um menino de cinco anos, que era tão terrível que eu lhe coloquei o nome Júlio “Terror”. Ainda não havia o terrorismo, mas o meu menino era um terrorista. Ele sabia de tudo, estava sempre no lugar que não devia, na hora errada, falava o que não era próprio, não ficava quieto, e não sabíamos como educá-lo. Eu usei todos os métodos possíveis: o carinho, ele me agredia; a severidade, ele não obedecia; deixei-o por conta própria, e ele ficou aborrecido.
Certo dia, eu estava trabalhando quando o interfone me chamou e o porteiro da Instituição me informou:
- "Senhor Divaldo, aqui tem uma senhora que quer lhe falar."
Eu respondi:
- "O senhor sabe que eu não atendo neste horário, porque sempre me encontro muito ocupado, atendendo a deveres intransferíveis. Peça-lhe que volte à noite."
O porteiro respondeu-me:
- "Ela, porém, está insistindo muito."

Eu, desagradado com a resposta, redargui-lhe:
- "Informe-a, que somente será atendida à noite, porque agora eu não estou." - E desliguei o fone.
Quando eu terminei o diálogo, saiu de debaixo da minha mesa, Júlio ”Terror”... Eu houvera proferido uma palestra para crianças sobre a mentira, no domingo anterior. Aquele dia era a terça-feira, que seguia ao das informações que eu lhes ministrara.

Quando ele saiu de sob a mesa, olhou-me, sorrindo, zombeteiro, e censurou-me:
- "Mentindo, hein!?" .
Eu o olhei com a autoridade de adulto e indaguei-lhe em tom forte de voz:
- "Quem é que está mentindo?"
- "Você!" - redarguiu.
Ele não tinha medo. Fitei-o, sério, e tentei esclarecer, informando:
- "Júlio, eu não estou mentindo. Eu estou dizendo que não me encontro lá na portaria."
Ele sorriu, afirmando:
- "Outra mentira! Porque você está dizendo é que não está na Mansão do Caminho. E você está..."
Eu peguei o fone e falei ao porteiro:
- "Diga à nossa irmã, se ainda estiver aí, que eu já cheguei."
Não foi suficiente para convencer o menino, porquanto, ele, novamente, confirmou:
- "Outra mentira! Porque você não saiu, como é que chegou?"
Tratava-se de um menino índigo.
Eu concluí, elucidando:
- "Julinho, eu, às vezes, também minto." E ele considerou:
- "Mas, não deve."
Eu justifiquei:
- "Há dois tipos de mentira: a mentira branca que é uma desculpa, e a mentira pesada, a negra."
Ele, surpreso, exclamou:
- "Ah! Até a mentira sofre preconceito de cor?!."
Eu encerrei o diálogo, com ternura e amor, propondo:
- "Julinho, pelo amor de Deus, vá-se embora, por favor, depois conversaremos.”
In “A Nova Geração: A Visão Espírita sobre Crianças Índigo e Cristal”,
Divaldo Franco com Vanessa Anseloni

O Fenômeno Mediúnico (Manoel Philomeno de Miranda)


)


“É simplesmente uma aptidão para servir de instrumento, mais ou menos dócil aos Espíritos em geral que os médiuns emprestam o organismo material que falta a estes para nos transmitirem as suas instruções".

O fenômeno mediúnico, para expressar-se com segurança, exige toda a complexidade do mecanismo fisiológico e psíquico do homem que a ele se entrega, assim como da perfeita identificação vibratória do seu comunicante.


Para o desiderato, o perispírito do encarnado exterioriza-se em um campo mais amplo, captando as vibrações do ser que se lhe acerca, por sua vez, igualmente ampliado, graças a cuja sutileza interpenetram-se, transmitindo reciprocamente os seus conteúdos de energia, no que resulta o fenômeno equilibrado.

Às vezes, automaticamente, dá-se a comunicação espiritual, produzindo o fato mediúnico, ora por violenta injunção obsessiva e, em outras oportunidades, por afinidades profundas, quando a ocorrência é elevada.

Seja porém, como for, sem o contributo e a ação do Perispírito, a tentativa não se torna efetivo. Desse modo o conhecimento do Perispírito é de vital importância para quantos desejam exercitar a mediunidade colocando-a a serviço de ideais enobrecedores.

Penetrabilidade, elasticidade, fluidez, materialização, depósito das memórias passadas entre outras oferecem compreensão e recurso para melhor movimentação dessas características, algumas das quais são imprescindíveis para a execução da tarefa, no fenômeno de intercâmbio espiritual.

A fixação da mente, através da concentração, proporciona dilatação do campo perispirítico e mudança das vibrações que variam das mais grosseiras às mais sutis a depender, igualmente, do comportamento moral do indivíduo.

Na área psicológica não podemos ignorar-lhe a presença nas criaturas, gerando as simpatias - por decorrência de afinidades vibratórias entre as pessoas que se identificam - e a antipatia - que deflui do choque das ondas que se exteriorizam, portadoras de teor diferente produzindo sensações de mal-estar.

Invisível, no entanto preponderante nos mais diversos mecanismos da vida, o campo é encontrado no fenômeno mediúnico, através de cuja irradiação é possível o intercâmbio.

Cada ser humano, encarnado ou não, vibra na faixa mental que lhe é peculiar, irradiando uma vibração especifica.

Quando nas comunicações, os teores são diferentes, a fim de produzir-se a afinidade, o médium educado sintoniza com o psiquismo irradiante daquele que se vai comunicar, e se este é portador de altas cargas deletérias, demorando-se sob vibrações baixas, o hospedeiro permite-se dela impregnar até que, carregado dessas energias pesadas, logra envolver-se no campo propiciador.
Quando se trata de Entidade portadora de elevadas vibrações, mais sutis que as habituais do médium, este, pelas ações nobres a que se entrega, pela oração e concentração, em que se fixa, libera-se das cargas mais grosseiras e sutiliza a própria irradiação, enquanto o Benfeitor, igualmente concentrado, condensa, pela ação da vontade e do pensamento, as suas energias até o ponto de sintonia, proporcionando o fenômeno de qualidade ideal.

O fenômeno mediúnico, portanto, a ocorre no campo de irradiação do Espírito através do Perispírito, está sempre a exigir um padrão vibratório equivalente, que decorre da conduta moral, mental e espiritual de todo aquele que se faça candidato.

Certamente, como decorrência do campo perispiritual, diversos núcleos de vibrações, nos quais se fixa o Espírito ao corpo, bem como em face do mecanismo de algumas das glândulas de secreção endócrina, apresentam-se as possibilidades ideais para o intercâmbio espiritual de natureza mediúnica.

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Revista Presença Espirita set/1991, psicografia de Divaldo Pereira Franco.