sexta-feira, 17 de setembro de 2010

100 Anos de Coração!



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Dias atrás, enquanto matutava para escrever um texto em homenagem ao Centenário de Nascimento de Chico Xavier, apenas com o propósito de juntar a minha às centenas de homenagens que lhe estão sendo prestada pela Efeméride, uma linda e jovem senhora, de cabelos prateados, aproximou-se de mim e perguntou com a voz de um anjo que, por instantes, me fez sentir saudades da voz inesquecível de minha mãe:
— O senhor é o Dr. Inácio Ferreira?
— Se caso não fosse, minha irmã, apenas com o propósito de lhe ser útil, eu haveria de nele me transfigurar agora.
Ela sorriu e retrucou:
— Sim, então, é o senhor mesmo.
— Em que posso servi-la? – indaguei, envolvido pela sua aura de extrema simpatia.
— Escrevi um bilhetinho... Eu soube que o senhor escreve para a Terra!
— Garatujas, minha irmã, simples garatujas!
— Se eu lhe pedisse um favor...
— Imediatamente! Um obscuro vassalo não recusa o pedido de uma rainha de luz! – respondi com um gesto de sincera reverência.
— Trata-se de uma dívida de gratidão que desejo saldar. Se o senhor puder...
— Se puder e se não puder também... Ordene e obedecerei!
— Por favor, acrescente às suas estas minhas pobres palavras – disse, entregando-me, com as mãos muito pequenas, delicado pedaço de papel iluminado.
— Qual é o seu nome? – perguntei, observando que ela, quase que esvoaçante, se retirava.
— Aninha! Mas, talvez, eu seja mais lembrada por Cora, Cora Coralina!
Com o coração aos saltos, quando quis detê-la, a sua imagem se desfez em orvalho dourado.
Desenrolando o diminuto pergaminho resplandecente, li com lágrimas nos olhos:
“Mais que um Médium, um Apóstolo!
Ninguém como ele vivenciou a Eterna Mensagem do Amor e da Sabedoria, que o Evangelho do Cristo sintetiza.
Exemplo e ponto de referência para todos os homens e mulheres que buscam pela Verdade, além dos limites de qualquer religião e de toda ciência.
Seiva viva da fé na Imortalidade.
Renúncia, disciplina e bondade, são palavras que, espontaneamente, se lhe fizeram sinônimos do próprio nome – Chico!
Um Chico de luz!
Luz de brilho inalterável, refletindo o Foco donde emana toda a claridade da Vida!
Chico – pronúncia suave e terna que, nele, ao mesmo tempo, passou a significar:
- bênção de pai!
- abraço de irmão!
- colo de mãe!...
Tomando emprestadas as palavras de um amigo, quero também repetir que ele é, sim, o nosso jesuscristinho!
— Ave, Chico Xavier!
Deus te abençoe, benfeitor de muitas vidas!...


INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 30 de março de 2010.


Escrito por Dr. Inácio Ferreira às 08h19

ORGANISMO MEDIÚNICO COLETIVO



Estávamos, dias atrás, ouvindo a lúcida palavra de Irmão José, através da faculdade psicofônica do médium, ao afirmar que a Terra pode ser considerada um organismo coletivo de natureza mediúnica.
Dizia ele, na oportunidade, que o orbe planetário, em regime de urgência, está necessitando que os homens o envolvam em boas palavras e bons pensamentos, desencadeando atitudes positivas que se oponham às ações inconsequentes que vêm estabelecendo o caos e colocando sob severa ameaça toda a Humanidade.
Ainda discorrendo sobre o assunto, esclareceu que os Espíritos Superiores, do ponto de vista coletivo, têm encontrado enorme dificuldade no que tange à recepção das ideias elevadas que transmitem aos homens, com seu espaço de influência, na mente das criaturas, a diminuir drasticamente.
E voltou a enfatizar que, assim como são feitas campanhas contra o chamado “aquecimento global”, uma campanha de combate ao pessimismo e à descrença, às palavras torpes e aos pensamentos doentios, quase generalizados, carece de ser levada a efeito no sentido de facilitar a ação dos espíritos que procuram deter a marcha dos infelizes acontecimentos em curso.
Quando o preclaro Benfeitor terminou a oportuna alocução, ficamos, com outros amigos desencarnados, a meditar sobre a profundidade de suas sábias colocações, porque nunca havíamos pensado que a Humanidade, como um todo, igualmente constitui um organismo mediúnico que vive constantemente em sintonia com os desencarnados a rodeá-la.
Os Espíritos Superiores não dispõem de outro instrumento de influência sobre os homens que não seja o do pensamento! Entretanto, se os homens não se colocam, pelo menos, na mínima condição receptiva ideal, eles como que “pregarão no deserto”...
O Evangelho nada mais representa que a condensação doutrinária do Pensamento do Cristo que, há mais de dois mil anos, vem procurando, sem qualquer imposição, moldar o pensamento humano em novas bases.
Neste alvorecer de milênio, a Humanidade em transe coletivo, de maneira inconsciente, vem permitindo o avanço das Trevas em oposição às Falanges da Luz. Daí, a causa de a Terra, refletindo a insanidade da criatura, estar revolvendo-se em suas entranhas, como alguém que, depois de ter ingerido alimento deteriorado, anseia por lançá-lo fora.
Irmão José, em suas ponderações, considerou que semelhante processo, por assim dizer, é irreversível, mas que pode ser amenizado em seus efeitos, desde que cada “célula” do organismo coletivo tome consciência da situação e assuma a responsabilidade de trabalhar para “oxigenar” os seus pulmões espirituais.
Portanto, por mais estreito seja o nosso círculo de atuação junto à comunidade encarnada e desencarnada, não mais adiemos a Campanha das Boas Palavras e dos Bons Pensamentos!
A Terra, mãe de todos os homens, está necessitando ser acariciada pelos filhos que, até o presente momento, somente a têm tratado com desdém e ingratidão, em tremendo processo de vampirismo que a esgota nas energias que lhe são vitais.
                   INÁCIO FERREIRA
                                                              Uberaba - MG, 20 de abril de 2010.



Escrito por Dr. Inácio Ferreira às 05h40